Mito da Caverna Platão
DISCIPLINA: Teoria Política
PROFESSOR: Sergio Wollmann
Livro VII
Depois disso, Sócrates inventou ainda outra comparação para esclarecer algumas questões sobre a importância da educação dos filósofos para serem os governantes da cidade justa.
Sócrates - Imaginemos que existam pessoas morando numa caverna. Pela entrada dessa caverna entra a luz vinda de uma fogueira situada sobre uma pequena elevação que existe na frente dela. Os seus habitantes estão lá dentro desde a infância, algemados por correntes nas pernas e no pescoço, de modo que não conseguem mover-se nem olhar para trás, e só podem ver o que ocorre à sua frente. Entre aquela fogueira e a entrada da caverna existe um caminho, ao longo do qual se ergue um pequeno muro, semelhante aos tapumes que os apresentadores de fantoches usam para exibir seus bonecos ao público.
Glauco - Estou vendo.
Sócrates - Imagine também que pelo caminho ao longo do muro passam pessoas transportando sobre a cabeça todos os tipos de objetos: estatuetas de figuras humanas e de animais, feitas de pedra, de madeira ou qualquer outro material. Como é natural, essas pessoas passam conversando ao longo do muro.
Glauco - Acho isso muito esquisito, assim como os prisioneiros que você inventou.
Sócrates - Pois eles se parecem conosco. Mas continuemos com a nossa comparação. Naquela situação, você acha que os habitantes da caverna, a respeito de si mesmos e dos outros, consigam ver outra coisa além das sombras que o fogo projeta na parede ao fundo da caverna?
Glauco - Com a cabeça imobilizada por toda a vida, só podem ver as sombras!
Sócrates - E também com relação aos objetos transportados que ultrapassam a altura do muro?
Glauco - Exatamente a mesma coisa!
Sócrates - Se eles pudessem conversar entre si, não lhe parece que pensariam nomear de objetos reais as sombras que vissem? Glauco - Certamente.
Sócrates - Além disso, se a caverna tivesse um eco, quando alguém falasse lá fora os