Ministros e Medalhas
Estes são dias de competição, superação, decepções e premiações, na olimpíada esportiva, mas também no enfrentamento entre justiça e impunidade no triste processo chamado mensalão que nos aflige. Ainda longe do final, quero aqui do meu ponto de vista, conceder uma medalha de ouro ao procurador-geral da república, Roberto Gurgel, como respeito, a admiração e o reconhecimento de uma brasileira preocupada. Medalha pela serenidade, compostura, precisão, tecnicidade jurídica, evidências tantas vezes comprovadas, citadas em dia e página. Nosso país não está se saindo muito bem até agora: é de espantar que nossos atletas consigam medalhas de bronze e alguma de ouro. Enquanto escrevo, uma segunda dourada aparece, um atleta não muito badalado, que superou as nossas falhas com suas virtudes: transbordando decência, disciplina, humildade e uma enorme bravura e estímulo, mas cuidado com os jovens atletas, coisas que não recebem nos duros anos de sua preparação: muitos e excelentes centros de treinamento, preparadores bem pagos, ótimo atendimento médico, os melhores psicólogos que os ajudem a enfrentar, além do sobre-humano esforço físico, o forte desgaste emocional. O que o Brasil tem conseguido nessa nesta olimpíada é muito se comparado ao pouco que oferecemos. Nossos adversários vêm de países que, mesmo pobres alguns, os tratam como príncipes. Não vemos atletas estrangeiros procurando oportunidades no Brasil, mas os nossos muitas vezes precisam sair daqui para buscar condições de trabalho, reconhecimento, crescimento e sucesso. Assim, muitos jovens intelectuais, cientistas, universitários, acabam indo embora, pois aqui não encontram estímulo nem trabalho à sua altura. A busca da excelência em todos os campos da atividade humana, desde a dignidade básica até a educação, a saúde, a segurança e oportunidades.
Em minha opinião, os ministros do STF não merecem medalhas por buscarem acabar com corrupções, fraudes e falcatruas de alguns partidos políticos