Minhas mães e meu pai
- Como se dá a formação das relações afetivas e a estruturação de afetos entre as pessoas da família do filme?
(SANDRA) Ela forma as suas relações afetivas no decorrer dos anos, estruturando os afetos através da disponibilidade das mães em relação aos filhos, como qualquer outra família, não existem diferenças paupáveis. O filme mostra que basta ser humano para ter problemas de relacionamento e com filhos, mas se existir amor e respeito, tudo dá certo no final, seja com homo ou heterosexuais.
- Como este tipo de família cumpre suas funções?
(SANDRA) Em relação ao casal, uma delas se expressa magníficamente no relacionamento como a esposa controladora, médica e bem sucedida, em contra partida, a outra fica à sua sombra, sonhadora e emocional, características peculiares de um casal comum, onde normalmente prevalece um em detrimento do outro.
Em relação aos filhos, cada um expressa “a cara” de uma das mães, o que também é extremamente natural, visto que a genética se transmitiu. A filha, herdou a inteligência e a capacidade de liderar e o filho a meiguice e a necessidade de novas descobertas e afeto.
- Que tipo de família é essa?
(SANDRA) Uma família que tem que enfrentar um problema que já existia, mas só com a presença do pai biológico que eles percebem isso, que é a opção sexual diferenciada das demais famílias, a quebra do status quo. É uma bela família, que não se esconde atrás de nenhuma hipocrisia, não olha com desdém para outros tipos, inclusive se preocupando com a suposição de que um dos seus filhos pudesse também ser adepto da mesma opção sexual, querendo proteger e ensinar como se posicionar perante a sociedade.
É uma família onde não se enxerga a necessidade de uma figura paterna, pois ela própria se completa. Não se trata de um filme onde seus personagens são homosexuais, mas apresenta uma típica família suburbana, que no decorrer do processo, com a chegada do pai biológico, emite reações variadas como