Pai contra mãe

O conto “Pai contra Mãe” é narrado em 3ª pessoa, onde se passa no Rio de Janeiro na época da escravidão, mas não é a questão principal da história.

No conto, Cândido (o personagem principal), era um caçador de escravos fugidos. Pela manhã, lia os jornais nos quais havia muitos anúncios de escravos. Como não havia fotos nos jornais da época, as descrições eram muito detalhadas, informando o sotaque dos escravos, suas eventuais cicatrizes etc., assim, após ter lido os anúncios e ter tomado as características dos escravos fugidos, Cândido saía para caçar. Antes de tornar-se um caçador de escravos fugidos, Cândido havia tentado várias profissões sem sucesso. Ele havia se casado com Clara, uma jovem órfã que vivia com sua tia. Por não terem meios de estabelecerem-se por conta própria, o casal morava na casa da tia. Mas eles desejavam muito ter um filho e algum tempo depois Clara engravidou. O bebê ia nascer e a tia estava muito preocupada porque eles não tinham dinheiro, nem profissão fixa, e isso ia trazer problemas. Finalmente, quando Clara deu à luz um menino, a tia a convence a abandonar a criança na Roda dos enjeitados, ou seja, tratava-se de um guichê giratório instalado na fachada dos orfanatos; O pai, cheio de desespero, pegou o bebê para levá-lo à Roda dos enjeitados do Rio de Janeiro. Antes, ele decidiu tentar, mais uma vez, obter dinheiro para evitar perder o filho. Retomou os jornais e suas fichas sobre os escravos fugidos. Selecionou então um anúncio que prometia uma grande recompensa por uma mulata fugida na cidade. O texto descrevia a aparência da escrava, os bairros que ela costumava freqüentar e seu nome: Arminda. Com o dinheiro da recompensa, Cândido podia pagar suas dívidas e ter um descanso. Sobretudo, isso permitiria ao casal ficar com o filho. Em direção à Roda, ele percebeu que havia uma mulata andando por ali e então deixou o bebê com um farmacêutico. Ele a seguiu e chamou por seu nome: Arminda. Ela virou-se. Certo de que era a escrava que ele