Milton Santos - Por uma Nova Geografia

O autor afirma que desde o seus primórdios a geografia era visto mais como uma ideologia do que uma filosofia, não só na Alemanha mas como no resto do mundo. Essa ideologia imaginada pelo capitalismo deveria se enquadrar diante das necessidades de expansão dos países centrais e na periferia; este era o momento exato para superar as crises sociais e econômicas, tal como o excesso de produção e o excesso de capital, portanto era necessário a criação de um meio para a expansão do comércio. Aliado a essa idéia, era imprescindível a obtenção de matérias-primas o que também garantia a conquista de novas terras que pudessem abastecer toda industria. Assim a geografia contribuiu fundamentalmente para adaptar as estruturas espacial e econômica dos países pobres às novas tarefas pois deviam assegurar que fosse um processo ininterrupto.
Diante dos avanços do imperialismo, houve a dissensão de opiniões entre os geógrafos; alguns defendiam a igualdade, onde o espaço seria partilhado em termos de igualdade em prol da felicidade do homem; outros enalteciam o colonialismo e o império do capital.
Fortemente ligada aos interesses, a geografia teve grandes dificuldades para se desligar pois tinha como metas ocultar o papel do Estado como o das classes na organização da sociedade e espaço.
O uso da geografia era imprescindível como utensílio de conquista colonial, fato que não era exclusividade de nenhum país. Todos os países colonizadores tinham seus geógrafos que se empenhavam nas tarefas propostas, sempre dentro das condições e renovada cada vez que havia uma inflexão.O autor cita Freemann, que dizia que existia uma ligação entre a expansão da geografia e a colonização e que isso teria sido um fator importante no seu desenvolvimento.
O geógrafo nigeriano Mabogunje , aprecia a influência dos geógrafos franceses e se mostra não muito interessado nos geógrafos ingleses.
Milton Santos cita alguns geógrafos franceses importantes como A.Himly, Vidal de La Blanche, M. Dubois e