Migração no brasil séc xx
Dentro do estado interativo que caracteriza o fenómeno comunicativo, de que se constitui a sociedade, torna-se resultante este conceito cultural de massa, derivado das sucessivas aplicações tecnológicas no campo da comunicação. Este conceito cultural expressa-se, portanto, nos seus resultados: realiza-se pela homogeneização cultural, como resultado pretendido e conseguido de um ponto de vista. Desde logo advém de um aspeto dominador: uma sobrevalorização do emissor sobre o recetor de mensagens. A dominação estabelece-se através da detenção do meio de comunicação e do aperfeiçoamento da sua tecnologia. Para além da orientação conceitual daquilo que se designa por massa, outras considerações conceituais podem ser feitas: ou massa num sentido de opacidade; ou massa num sentido de solidez ou coesão. Num sentido crítico ou utilitário do poder.
Com algum distanciamento, a cultura de massas apresenta alguns aspetos que podem ser objeto de crítica: desde logo o desequilíbrio a favor do emissor sobre o recetor, que se torna, de facto, dono e senhor de toda a comunicação. Depois, no seu aspeto homogéneo, a estandardização a que leva este método comunicativo, tornando todos os recetores iguais entre si. Por fim, uma completa inversão do conceito cultural: em vez de uma evolução cultural por avanço, depois seguida por mais vastos grupos sociais, é substituída por discutível gosto de uma enorme maioria não identificada. Torna-se evidente esta realidade social na telebassura, no telelixo, resultante deste conceito e destinado a audiências de duvidoso gosto, apoiada pelas potencialidades de um lucro fácil, na preferência da diversão sobre a informação e na substituição da verdade sobre aquilo que se pretende que seja verdade.
Noutro aspeto da sua análise, outra diretividade da cultura de massas é feita pelo aproveitamento político: as potencialidades tecnológicas são conduzidas no sentido de uma homogeneização social e conduzidas para um aproveitamento