Migra Ao
“A imigração? Trata-se de uma questão muito séria para deixar as coisas como estão”, afirma Paul Collier. E para começar a entender basta ter em mãos o seu último livro: Êxodo, o tabu da imigração (Ed. Laterza). Dimensões bíblicas, não apenas por dizer, para um fenômeno que é confrontado com dados e pesquisas para permitir – segundo Collier – que “o debate sobre as políticas migratórias supere as posições ostensivamente polarizadas e exasperadas de hoje”.
A entrevista é de Maria Antonieta Calabró, publicada pelo Corriere della Sera, 20-04-2015. A tradução é de Ivan Pedro Lazzarotto.
Para Collier foi uma semana muito trabalhosa: uma conferência em Paris, depois foi a Dacca (a capital de Bangladesh), e finalmente duas conferências na Suíça, em Zurique e Genebra, para depois voltar a Oxford onde leciona Economia e Políticas Públicas na Blavatnik School of Government e é pró-reitor do Centro para estudos das economias africanas. Nas pausas aceitou explicar o que é na verdade essa mudança em massa de populações de uma parte a outra do planeta. E acima de tudo qual é o seu fluxo efetivo. Números impensáveis mesmo para nós italianos que nos deparamos, no último ano, com mais de 100 mil imigrantes nas nossas costas, com o Mediterrâneo que se transformou em um caixão de água.
Números impensáveis, porque Collier diz claramente que cerca de 40% da população dos países pobres, se pudesse, deixaria a própria terra para alcançar as nações mais ricas. E 40% quer dizer que se trata não mais de milhões, mas de centenas de milhões, talvez de bilhões de pessoas que se encontram em uma situação propícia para partir. Além disso – acrescenta – o desafio de migrar irá durar não anos, mas décadas. Porque a diferença de renda de uma parte para a outra do mundo é simplesmente “monstruosa”.
Por 5 anos (de 1998 a 2003) Paul Collier trabalhou como diretor do departamento de pesquisa sobre o desenvolvimento do Banco Mundial, e como conselheiro do