mieloma
Rev Prat Hosp, Ano VII nº 41; 9-10/2005
Profa. Dra. Vania Tietsche de Moraes Hungria
Professora Adjunta da Disciplina de Hematologia e Oncologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Diretora Técnica e Presidente do Conselho Científico do International Myeloma Foundation Latin America.
INTRODUÇÃO
O mieloma múltiplo caracteriza-se pela proliferação clonal de plasmócitos que infiltram a medula óssea. Essas células têm capacidade de produzir imunoglobulinas (Ig) G, A, D, E e raramente M, ou partes dessas, as cadeias leves k e l. Ao infiltrar a medula óssea, suprimem a produção normal dos elementos do sangue, além de liberarem substâncias que levam ao aumento da reabsorção óssea, resultando em destruição extensa do esqueleto, com lesões osteolíticas, osteoporose e fraturas.
EPIDEMIOLOGIA
Mieloma múltiplo corresponde a 1,0% de todas as doenças malignas e 10% das doenças malignas hematológicas, tendo uma incidência aproximadamente de 4 por 100.000. Nos EUA são diagnosticados cerca de 14.500 casos novos ao ano, enquanto no Brasil não há registro do número de casos novos ao ano, são conhecidos os dados de alguns centros apenas. É caracteristicamente uma doença de indivíduos idosos, sendo a idade mediana de 65 anos, estando a maioria entre 60 e 75 anos. Menos de 3% apresentam idade abaixo de 40 anos. Há uma discreta preponderância do sexo masculino, em relação ao sexo feminino, variando de 1,1-1,5. A incidência é maior em indivíduos da raça negra, atingindo em algumas regiões dos EUA mais de duas vezes a incidência na raça branca. A incidência varia de país para país, sendo menor que 1/100.000 na China e cerca de 4/100.000 na maioria dos países industrializados.
ETIOLOGIA
A etiologia do MM não está estabelecida. A incidência aumentada de MM em sobreviventes japoneses da bomba atômica sugere uma associação com radiação ionizante. Vários estudos associam o risco de mieloma à exposição a pesticidas, como por