Microtraumas na sessão de análise
Partindo da conceituação inicial de Freud sobre trauma como sendo algo cuja origem repousava em relações intersubjetivas (teoria da sedução), evoluindo para o conceito intrapsíquico (fantasias inconscientes) e chegando novamente ao conceito interpessoal ampliado pela microscopia dos movimentos inconscientes da dupla analítica durante a sessão, os autores tentam conceituar o que chamam microtraumas na sessão de análise. Os microtraumas são movimentos inconscientes sutis que ocorrem na relação trânsfero-contratransferencial. Vêm da relação real entre os dois e não conseguem chegar à consciência destes, gerando um tipo de splitting que Bion chamou de splitting estático. Conjectura-se que são manobras da parte psicótica da personalidade, visando manter a análise numa aparente normalidade supostamente produtiva. O microtrauma, originando-se no analista, aproxima essa condição do que poderia ser formulado como uma iatrogenia inconsciente. A partir de modelos clínicos, os autores fazem considerações sobre semelhanças e diferenças entre microtraumas, atuações eenactments. Diferenciam microtraumas e microcesuras. Os primeiros, pela intuição psicanaliticamente bem treinada, podem ser transformados em microcesuras geradoras de alteridade e desenvolvimento rumo a mudanças catastróficas e criativas.
Palavras-chave: Microtraumas; Iatrogenia; Trauma; Transformações; Enactment; Microcesuras; SplittingEstático; Intersubjetividade; Intuição.
Le vase brisé
Le vase où meurt cette verveine
Dun coup déventail fut fêlé;
Le coup dut leffl eurer à peine,
Aucun bruit ne la révélé.
Mais la légère meutrissure,
Mordant le cristal chaque jour,
Dune marche invisible et sûre
En a fait lentement le tour.
Son eau fraîche a fui goutte à goutte,
Le suc des fl eurs sest équisé;
Persone encore ne sen doute,
Ny touchez pas, il est brisé.
Souvent aussi la main quon aime
Effl eurant le coeur, le meutrit;
Puis le