Microbiologia da Cárie Dentária
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Histórico
Em 1683, Antony Van Leeuwenhoek descreveu, através do uso de uma lente de aumento, a presença de “animálculos” em um material esbranquiçado, com consistência de manteiga, encontrado sobre os seus dentes quando estes não eram limpos.
A era científica no estudo da doença cárie teve início em 1890, com os estudos de Miller, isolando, corando e identificando bactérias nos laboratórios de Robert Koch.
Em 1989, Black chamou o acúmulo de substância do tipo gelatinosa de “placa microbiana” e isolou estreptococos desta placa, quando o açúcas estava presente no meio de crescimento. Buscando determinar qual o tipo de estreptococos presente na placa Clarke isolou um tipo específico de estreptococos daslesões, o qual denominou Streptococcus mutans, pois sua morfologia celular e da colônia em meio de cultura contendo sacarose, apresentava grande variabilidade em relação às demais espécies de estreptococos então conhecidos.
Considerada hoje, como uma enfermidade associada aos hábitos da civilização;
A industrialização e a disponibilidade de açúcar na alimentação fez com que esta doença acometesse principalmente as crianças e adultos jovens;
O Brasil se encontra entre os países com os índices mais altos desta enfermidade.
Conceitos
A cárie dentária é definida como uma doença infecciosa multifatorial e transmissível. Embora não atenda todos os postulados de Henle-Koch1, a cárie dentária é considerada infecciosa, uma vez que depende da infecção por microrganismos cariogênicos específicos. Microrganismos cariogênicos podem ser entretanto, identificados em indivíduos sem sinais clínicos da doença, o que, em parte, ocorre devido à natureza multifatorial da cárie dentária.
Biofilme: “comunidades biológicas com um elevado grau de organização, onde as bactérias formam comunidades estruturadas, coordenadas e funcionais”; Os dentes são colonizados por bactérias que existem no biofilme, cujo metabolismo ocasiona