Michel Foucault e o nascimento da modernidade
MichelRev.
Foucault e o nascimento da modernidade.
Tempooutubro
Social; Rev.
Sociol. USP, S.
45-52,
TempoJosé.
Social;
Sociol.
USP, S. Paulo,
7(1-2): 45-52, de 1995.
F Paulo,
O U 7(1-2):
CAU
LT outubro de 1995.
UM PENSAMENTO
DESCONCERTANTE
Michel Foucault e o nascimento da modernidade
JOSÉTERNES
RESUMO: O artigo investiga a leitura de Michel Foucault a respeito da origem do pensamento moderno na virada do século XVIII para o século XIX.
Essencialmente diferente do pensamento clássico, o moderno se enraiza na história, no condicionado, na finitude. Aí, novos objetos se tornam possíveis (vida, produção, linguagem), bem como uma nova filosofia (a crítica).
E, do interior desse espaço epistêmico novo, uma figura ausente na tradição do pensamento ocidental: o Homem.
UNITERMOS: discurso, episteme, representação, modernidade, história, finitude, homem. A
morte de Foucault, há dez anos, não tirou a sua atualidade. Sua presença entre nós, no entanto, acontece de outra maneira. É o que parecem dizer estas palavras de Jean-Jacques Courtine, de 1991:
“As controvérsias de ontem se acalmaram. O tempo não é mais aquele em que era necessário ser a favor ou contra Foucault, repetí-lo ou esquecê-lo, desmontar, por toda parte, a seu exemplo, insidiosas máquinas de poder ou denunciar nessa obra o perigoso niilismo do pensamento 68. Novos problemas surgiram que deslocam o espaço das leituras possíveis, colocam a seus textos questões inéditas, convidam-nos a lançar um olhar inquieto sobre o que têm sido nossas maneiras de ler Foucault” (Courtine, 1992, p. 112).
“Nossas maneiras de ler Foucault...”. Ele mesmo nos ensina o que é uma boa leitura. Trata-se, particularmente, de interrogar nossa relação com o livro, com a obra. O Prefácio à segunda edição de História da Loucura
(1972) responde: “Gostaria que um livro, (...), nada fosse além das frases de que é feito (...). Gostaria que esse objeto-acontecimento, quase imperceptível entre tantos outros, se recopiasse, se