Meus documentos
Em uma cidade perto de Porto Alegre, existe uma área chamada Ilha das Flores onde é depositado o lixo coletado da cidade. Neste local vários moradores em estado de subsistência procuram formas de se alimentar com os restos de comida encontrados, mas apenas depois que o produtor local de porcos vê os alimentos que lhes será útil.
Dez moradores da Ilha das Flores, à procura de alimentos, encontram um corpo em meio ao lixo. Os moradores acreditando que estava morto decidiram cortá-lo e se alimentar dele sem avisar o produtor de porcos. Porém apenas o morador responsável pelo primeiro corte percebeu que a pessoa estava viva. Mas continuou cortando-o, omitindo o fato de ele estar vivo. Acabou-se o tempo determinado de coleta de alimentos, e um dos funcionários do criador de porcos encontrou o corpo.
O caso foi levado à polícia. A população ficou sensibilizada pela situação e a humilhação pelo qual os moradores passavam ao terem que se submeter a se alimentar do resto das comidas dos porcos.
Em seu depoimento, o responsável pelo corte do corpo afirmou que só soube que o homem não estava morto após ter começado o corte, mas que preferiu omitir isto dos companheiros por lembrar-se da situação precária de alimentação.
JULGAMENTO
Para analisar o caso, devemos levar em conta o senso comum. A população, como dito anteriormente, se compadeceu pelos moradores da Ilha das Flores por se submeterem àquela situação (comer a comida rejeitada pelos porcos). E outro fato é que o Estado existe para servir o povo, no caso, atender ao clamor público. A lei é fundamentada no bem da sociedade, por isso, pode ser alterada para atender às necessidades do povo. A opinião pública tem um lugar no pensamento do magistrado, porém, esta nunca possui o direito de julgar. Para manter o equilíbrio entre racionalidade e emoção, é preciso ouvir o clamor público.
O fato de o governo ser um assunto humano prova que não é a norma que rege a sociedade e as relações humanas, mas estas regem a