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Impunidade, infraestrutura e educação: os desafios do trânsito
A GAZETA
Priscilla Thompson ppessini@redegazeta.com.br Veículos em excesso nas ruas, violência no trânsito, falta de punição para quem infringe as regras. O que fazer para mudar essa realidade? Na Semana Nacional do Trânsito, gestores e especialistas no assunto falam a respeito de três principais desafios a serem enfrentados agora e para o futuro: a impunidade, a educação para o trânsito e a infraestrutura das vias.
Para eles, o quadro atual, nessas três questões, não é nada satisfatório. A frota de veículos na Grande Vitória sobe acima da média nacional, aponta o secretário de Transportes e Infraestrutura de Vitória, Fábio Damasceno. A lei que prevê a educação no trânsito para crianças nas escolas, de 1998, até hoje não foi regulamentada, lembra o diretor-geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Marcelo Ferraz. E quando o não cumprimento das regras gera acidentes, não há punição para o motorista infrator, explica o delegado titular da Delegacia de Delitos de Trânsito, Paulo César Ferreira.
"As soluções não são mágicas e dependem de esforços dos governos e da população. A educação é o principal caminho para mudarmos a concepção de trânsito. Os Detrans são responsáveis apenas por formar condutores e avaliar suas capacidades psicomotoras para dirigir um veículo. Isso não é suficiente para formar um motorista capaz de ver o outro como igual e de dirigir também como cidadão", critica Ferraz.
As consequências aparecem nas estatísticas de acidentes de trânsito. Quase metade deles, entre junho de 2009 e maio deste ano, na Grande Vitória, fizeram vítimas, sendo duas fatais. "A legislação não pune quem deveria, e a população parece não temer os resultados dos seus atos", diz Paulo César.
Para Damasceno, mudar a consciência do motorista implica também em mudar a noção de mobilidade urbana. "Hoje é difícil convencer uma pessoa a