Metodo Paulo Freire e Serviço Social
A aproximação de Paulo Freire com o serviço Social estaria ligada, a princípio, ao crescimento da cultura católica e com os eventos políticos dos anos 60. Analisando seu pensamento é possível relacioná-lo com a estrutura da formação social brasileira e a conjuntura em que emergem suas idéias. Na concepção freiriana as mudanças sociais só poderiam ocorrer de baixo para cima. Podemos destacar como elementos fundamentais relacionados à preocupação de Paulo Freire com a questão social: a conscientização, a organização e a participação da população. As idéias de Paulo Freire, sobretudo as sistematizadas na obras Educação como Prática da Liberdade e Pedagogia do Oprimido evidenciam o processo de conscientização e mobilização política das classes populares no Brasil no período pré-64. Para Weffort (in: FREIRE: 1999) o pensamento engajado de Paulo Freire, nasce como uma das expressões da emergência política das classes populares e, ao mesmo tempo, conduzem a uma reflexão e a uma prática dirigida sobre o movimento popular. Freire desejava mais do que romper com o analfabetismo, ele desejava a formação de um sujeito democrático, visava adequar o homem a mudança. Na década de 1960 se desenvolvia um grande esforço para a mobilização política das classes populares, com o apoio do governo populista de João Goulart (1961/1964). A educação de adultos através da conscientização também era encarada como forma de mobilização política das massas populares. Participaram destes movimentos os liberais, setores das esquerdas marxistas e católicos que estavam abertos para a reflexão e para as transformações que se anunciavam na doutrina social da Igreja. A maior parte era oriunda da Ação Católica e da JUC - Juventude Universitária Católica.
Segundo Weffort (in FREIRE: 1990), esta mobilização através da alfabetização não se propôs objetivos políticos determinados, mas sem nenhuma dúvida resultou em uma crítica prática da tradicional situação