Paulo Freire
Filho de Joaquim Temístocles Freire, capitão da Polícia Militar de Pernambuco, e de
Edeltrudes Neves Freire, Dona Tudinha.
Paulo teve uma irmã chamada Stela, e dois irmãos, Armando e Temístocles. A irmã Stela foi professora do Estado, Armando foi funcionário da Prefeitura da cidade de Recife, abandonou os estudos aos 18 anos, não chegou a concluir o curso ginasial. Temístocles entrou para o Exercíto.
Aos dois, Paulo agradece emocionado, em uma de suas entrevistas a Edson Passetti, pois começaram a trabalhar muito jovens, para ajudar na manutenção da casa e possibilitar que
Paulo continuasse estudando.
Criou-se em um ambiente católico, junto com os irmãos e a irmã, cercado de muito afeto e atenção dos pais, a ponto de só adormecer embalado pelo som do violão tocado pelo “seu papá”, como o chamava. À sombra das mangueiras, sua mãe o ensinou a ler as palavras que o permitiram ler o mundo à sua volta.
Talvez um prenúncio daquele que seria o mais revolucionário método de alfabetização proposto no século XX, criado por Paulo Freire na década de 1960, que tinha a realidade do aluno como ponto de partida para a aprendizagem permanente.
Sua mãe escreveu para ele um Livro do Bebê, onde revela fatos, hábitos e casos da sua infância. Ela começa falando do dia do seu nascimento:
“Paulo nasceu numa segunda – feira de tristeza e aflições, pois seu Papá estava muito mal, sem esperanças de restabelecer-se, quase que o Paulinho seria órfão ao nascer, porém o bom Jesus livrou-o dessa desaventura, presenteou-o restituindo a saúde ao seu Papá”.
(In: Ana Maria Araujo, em “A voz da esposa”, Paulo Freire: uma biobibliografia, 1995).
A senhora Edeltrudes