Serviço social
Maria Margarida Barbosa*
orientação profissional dos assistentes sociais tem sido estudada a partir de vários critérios, entre os quais a autonomia profissional, os objetivos profissionais,o compromisso com o público ou com a instituição, as referências políticas e ideológicas de grupos profissionais. Mais uma vez este tema é abordado. Contudo, sua abordagem aqui é notória e singular. Trata-se de um estudo localizado, do qual Belo Horizonte é o cenário, e que tem por objetivo compreender a crise de identidade que o grupo profissional mineiro viveu na segunda metade da década de 70. Para isso, procurou-se fazer uma incursão na história da formação profissional desenvolvida na Escola de Belo Horizonte e nos locais onde os profissionais executavam o seu trabalho.' Ao longo das duas últimas décadas, a literatura da produção teórica dos assistentes sociais faz apreender a existência de um distanciamentoentre a teoria e a prática do serviço social, chegando mesmo a apontar para "o divórcio entre teoria e prática" (Wisshaupt, 1985, p. 45). E era essa mesma afirmação que começava a circular na Escola de Belo Horizonte entre os anos de 1969 e 1972, período em que a autora vivia ali o seu processo de formação. Porém, essa é uma questão que tem sua razão de ser. O movimento de reconceituação iniciado no contexto da sociedade chilena do final dos anos 60 inaugurava uma nova era para o Serviço Social. A busca de alternativas para uma ação que atendesse aos problemas específicos das sociedades latino-americanaslevava os assistentes sociais a uma revisão de seus conceitos e de sua própria forma de interpretar a realidade. Essa busca gerava uma tomada de consciência do papel profissional exercido tradicionalmente, através de suas "metas de assistênciae promoção, tipicamenteintegradas ao sistema dominante". (Santos, 1982, p. 109)
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A
Escola de Serviço Social da PUC-Minas. A Escola de Serviço Social da Pontifícia