Metamorfose do espaço habitado-resumo cap. 5
O espaço está no centro das preocupações dos mais variados profissionais. Objeto de conhecimento, meio de trabalho, produto histórico, processo histórico, poderíamos dizer que o espaço é o mais interdisciplinar dos objetos concretos (Santos e Souza, 1986, p. 1) . Todos os espaços são geográficos porque são determinados pelo movimento da sociedade, da produção.
Tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc. Nossa visão depende da localização em que se está, se no chão, em um andar baixo ou alto de um edifício, num miradouro estratégico, num avião A dimensão da paisagem é a dimensão da percepção, o que chega aos sentidos. Por isso, o aparelho cognitivo tem importância crucial nessa apreensão, pelo fato de que toda nossa educação, formal ou informal, é feita de forma seletiva, pessoas diferentes apresentam diversas versões do mesmo fato. A percepção é sempre um processo seletivo de apreensão, não é ainda o conhecimento, que depende de sua interpretação e esta será tanto mais válida quanto mais limitarmos o risco de tomar por verdadeiro o que é só aparência. Muitos também davam como sinônimas paisagem e região. É fato que, em tempos bastante remotos, a geografia correspondente a cada grupo seria explicada pela própria ação do grupo e a paisagem e a região eram diretamente associadas. Esta ideia persistiu no espírito dos geógrafos europeus até o fim do século passado. Sobretudo no começo da história do homem era possível entrever certa semelhança entre paisagem e região. Mas o mundo mudou, e hoje a confusão entre os dois conceitos não é mais possível. A geografia não é mais o estudo da paisagem, como imaginavam nossos colegas de antanho; não é que eles estivessem errados, apenas houve grandes transformações no mundo.
Carl Sauer propôs que considerássemos dois tipos de