Mestre
INTRODUÇÃO O avanço progressivo dos conhecimentos adquiridos na abordagem e no acompanhamento de pacientes neurológicos graves nos fez compreender que apenas parte do insulto ao sistema nervoso central ocorre no instante do ictus ou do trauma, chamado de LESÃO PRIMÁRIA. A evolução natural do evento primário complicado ou não por fatores previsíveis e evitáveis (hipotensão arterial, hipóxia, distúrbios metabólicos e hipertermia entre outros), possibilita a ocorrência de alterações morfológicas e estruturais no parênquima cerebral na evolução natural (horas ou dias seguintes) do episódio inicial, colaborando para o agravamento da lesão encefálica, caracterizando aquilo que chamamos de LESÕES SECUNDÁRIAS. Independente de se tratar de lesões primárias ou secundárias, a via final comum nestes pacientes é o aumento da pressão intracraniana (PIC) e suas seqüelas deletérias à perfusão cerebral e conseqüente isquemia. Desta maneira, é importante compreender que o trauma é uma patologia dinâmica, que evolui progressivamente ao longo do tempo. Após divulgações sucessivas das recomendações da Brain Trauma Foundation (BTF), no que tange às lesões traumáticas, e de inúmeras publicações em referência ao doente neurológico criticamente grave, ficou evidente o importante papel dos protocolos de abordagem inicial e monitoração do paciente neurológico grave, politraumatizado ou não. As afirmações com diferentes níveis de evidência demonstram redução da morbi-mortalidade de pacientes vitimas de insultos ao SNC. Estes protocolos enfatizam a necessidade de pronta reanimação cardiorrespiratória, com vistas à manutenção da homeostase, seguida da investigação diagnóstica e tratamento específico de lesões intracranianas e posterior cuidado com devida monitoração geral e especializada do paciente em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O principal objetivo da monitoração neurológica, além de vigiar e avaliar nossas atitudes a cada