Mestre
Os Bairros da Mooca e do Glicério.
A fixação dos italianos na cidade de São Paulo dá-se em condições de resguardar algumas das prerrogativas de sua pátria natal, gerando territórios mais densamente ocupados por italianos, recortando a cidade.
Discutiremos, aqui, algumas das características destes recortes urbanos que, remodelaram e imprimiram uma nova face na distribuição e caracterização do espaço urbano da cidade de São Paulo.
É necessário esclarecer que a delimitação dos bairros é imprecisa e mutável no decorrer do tempo, e portanto, ao intentarmos narrar o desenvolvimento histórico destes, não nos restringimos aos limites físicos administrativos, conjugando, antes, a série de fatores culturais e sociais que articulam sentido comunitário á região.
A formação da maioria dos núcleos, de imigração urbana, os chamados bairros imigrantes, se dá a partir das mesmas premissas básicas, quais sejam as de associar o crescimento em importância econômica ao crescimento urbano de São Paulo e à necessidade de acomodação de massas imigrantes que passam a integrar, junto com escravos libertos e população nativa, uma numerosa soma de habitantes.
A massa imigrante aqui chegada e o conseqüente aumento demográfico são pensados pelas elites internamente à ânsia maior de modernização e industrialização do País; da mesma forma encontram-se conjugados ao mesmo esforço que esta elite faz para remodelar a cultura nacional a partir da cultura européia. Estas questões levam a uma inevitável transformação física da cidade.
“Algumas palavras expressavam nos documentos oficiais as transformações em curso na cidade: embelezamento e saneamento, sintetizadas como “melhoramentos materiais”.Por detrás estava um projeto ainda muito impreciso, muito vago, de modernizar a cidade, de equipa-la com certos serviços urbanos – iluminação pública , transporte público, redes de água e esgoto, drenagem das várzeas- segundo modelos exógenos