Mestre
Esta obra foi inicialmente escrita e fragmentada em oito “livros”, e posteriormente reunida e publicada em agosto de 1552 e abril de 1553, na cidade de Sevilha. Seu título original apresentava-se como Brevissima relación de la destruycion de las Indias: Colegiada por el obispo don Fray Bartolome de Las Casas ó Cassaus, de la ordem de Sancto Domingo – año de 1552. Esta obra foi absolutamente alvo de críticas e negações quando na época de sua publicação, por apresentar o testemunho do “massacre” espanhol diante dos índios americanos, e até mesmo em período posterior à sua publicação, o livro era visto com maus olho por retratar uma imagem negativa da Espanha.
O autor narra as mortes em escala, a tortura e descaso dos colonizadores ao promover uma interculturação, ou qualquer tipo de relação amistosa com os índios, apesar de, segundo o autor, estes mesmos demonstrarem uma pré-disposição à receber bem os colonizadores, ao menos a princípio. A obra de Las Casas foi perseguida e criticada ferrenhamente pelos espanhóis, pois aparentava demonstrar um quadro irreal da colonização, exagerando na sua narrativa e denegrindo o povo espanhol. Porém o desmascaramento destas críticas mostram-se claras quando analisa-se dados históricos e etnográficos do período, os quais apontam que a dizimação narrada pelo bispo eram sim realísticas, sendo um objeto de críticas e análises históricas como qualquer outro.
O autor da obra, Bartolomeu de Las Casas, nascido em 1474 (apesar de existirem outros indícios de que tenha nascido em 1484), estudou Direito na Universidade de Salamanca, sua presença em Hispaniola (atual Republica Dominicana e Haiti), só é certa em 1502, talvez instigado pela ambivalência dos ideais quanto à América. Las Casas no novo continente mantinha uma fazenda, que era principalmente mantida com base no serviço escravo. Após oito anos neste regime, constatou através de reflexão e com a colaboração da Ordem Dominicana dos