Mestre em Educação.
Francisco Alberto Lemos dos Santos1.
Quando Lyotard discute os jogos de linguagens, termo que tomou emprestado de Wittgenstein, afirma que os atos de linguagem possuem uma face pragmática, definida através dos enunciados denotativo, performativo e prescritivo, posicionando nestes enunciados o destinador (aquele que o expressa), o destinatário (aquele que recebe o enunciado) e por fim o referente (aquilo do que se refere o enunciado). Explicando o que isso significa, Wittgenstein entende o enunciado de cunho denotativo, como na frase “A universidade está doente”, situa o enunciador na posição de sabedor – ele sabe o estado da universidade -, o destinatário fica condicionado em aceitar ou não tal enunciado e o referente é “... aprendido da forma própria dos denotativos, como qualquer coisa que exige ser corretamente identificada e bem expressa no enunciado que a ela se refere”. Neste caso, necessariamente o significado de um enunciado há de ser compreendido e/ou entendido – no sentido de saber e/ou compreender o que está sendo dito para que não haja falha na comunicação e/ou entendimento do enunciado - mas esta regra é uma condição universal da comunicação. No enunciado de cunho performativo, como na frase “A universidade está aberta” o enunciador é dotado de credibilidade – pelo fato de ser um reitor ou qualquer autoridade deste gênero – mas se invertemos esta condição veremos que para enunciar tal coisa, melhor dizendo, tal gênero de enunciado só será aceito quando produzir concordância dos destinatários – os docentes – e seu referente – a universidade. Nesta situação, aqueles se encontram posicionados no contexto criado pelo destinador em seu enunciado, não cabendo, portanto, averiguar e/ou constatar tal posição que se encontra, pois o enunciado contextualizou a universidade que se encontra aberta. No enunciado prescritivo, como na frase “Deem recursos à universidade”, o destinador está posicionado em uma situação de