Merleau
Da contribuição de Husserl (1913∕1986) quanto à orientação do pensamento ontológico (légein tà phainómena) de permitir-se ver o que se mostra e como se mostra a si mesmo, Merleau-Ponty (1945∕1994) se voltará para descobrir significações originárias. Conhecer o homem em seu mundo é um legado da fenomenologia, sobretudo, talvez, às ciências sociais.
Em “Fenomenologia da Percepção” o autor se propõe a descobrir as significações originárias como uma trajetória em direção à compreensão humana: por a consciência em presença de sua vida irrefletida nas coisas. A existência enquanto um ‘existir na situação’ situa a Psicologia fenomenológica como a que descreve o comportamento do homem em relação, no seu sentido imediato &– aquele que o homem faz surgir em relação. Assim, em Merleau-Ponty (1945∕1994), sua filosofia atenta à realidade da história, à significação dos fenômenos, à inserção do homem na realidade da existência. Daí sua relação com a filosofia da história e do marxismo militante que perpassou suas vivências bem como a do amigo Sartre e como inicialmente ocorreu com Heidegger.
“O que é fenomenologia?” é assim que Merleau-Ponty inicia sua Tese e segue dizendo que o objetivo da fenomenologia é restituir à coisa sua fisionomia concreta, aos organismos sua maneira própria de tratar o mundo, à subjetividade sua inerência histórica. O objetivo seria alcançado por reflexões sistêmicas e sistemáticas, de ampliações, de exageros, de