Mercador de Veneza
O Mercador de Veneza é uma obra de William Shakespeare, escrita por volta de 1596. Na trama, Bassanio anseia casar-se com uma rica herdeira chamada Pórcia. Por ter perdido toda sua herança, e desejando viajar até Belmonte para encontrar com ela, este aceita um empréstimo de seu amigo Antonio. Este por sua vez era um mercador, e toda sua fortuna estava investida numa frota de navios mercantes que navegavam e águas estrangeiras. Devido a este fato, mesmo contrariando suas práticas – já que como cristão Antonio condenava a chamada usura – Antonio faz um empréstimo de 3 mil ducados com um antigo desafeto, o judeu Shylock.
Mantinha Shylock, por Antonio, ódio por este ser cristão e emprestar dinheiro gratuitamente, o que fazia baixar a taxa de juros em Veneza. Então agindo premeditadamente Shylock propõe como multa, o direito a uma libra da carne de Antonio, caso o acordo não fosse cumprido. Não contando com a sorte, os navios mercantes de Antonio naufragam e Antonio é levado à corte para pagar o que deve a Shylock. Enquanto isso Bassanio esposa-se com Pórcia, e ao saber da noticia da desgraça do amigo volta imediatamente a Veneza, sem sabe que sua esposa o seguia. Esta auxiliada por um primo doutor intervém disfarçada no julgamento de Antonio, mudando-lhe o destino.
Vemos que para Shylock, o cumprimento da lei significava vingança, significava o agraciamento de seus próprios interesses. Todos os demais venezianos ansiavam e esperavam por sua clemência diante de Antonio. O Direito público e o privado se confundiam no julgamento, até que a interpretação estrita aparece com a intervenção de Pórcia, e Shylock se vê obrigado a não mais seguir adiante com o contrato. Se este antes clamava - inclusive mediante a ameaça de futuro descrédito a lei de Veneza – pelo cumprimento estrito da lei, após ser surpreendido pela interpretação de Pórcia, cai em contradição.
Interessante notarmos que em ambos os lados do julgamento e do caso,