Mercadológica

CONSIDERAÇÕES DE CONDORCET ACERCA
DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Tiago Anderson Brutti1

INTRODUÇÃO
Este texto apresenta argumentos publicizados por Condorcet no que respeita às configurações políticas e econômicas instituídas pela Revolução Americana; articula as apostas do filósofo com relação ao tema do comércio internacional e enfatiza o estilo de abordar a política à luz dos acontecimentos históricos que de diferentes modos reavivaram as apostas republicanas tanto nos Estados Unidos da América quanto na Europa. 
Para Condorcet (1945), o povo francês, com a independência dos Estados Unidos, poderia encontrar as vantagens de adquirir os produtos que considerasse necessários, e que agora estivessem em falta, procurando um melhor preço e viabilizando que se tivesse a máxima segurança de não se sentir sua falta; de aumentar a venda de produtos nacionais manufaturados, aproveitando o interesse dos cultivadores em multiplicar a produção; e, além disso, de aumentar ao mesmo tempo a indústria e a atividade dos que realizam a elaboração. Essas duas vantagens, a saber, a da importação mais conveniente ou mais segura de produtos e a da exportação mais ampla, quem sabe aparecessem confundidas, uma vez que uma praticamente não subsistia sem a outra. No entanto, seria possível distingui-las, isso porque a primeira teria por objeto o aumento do bem-estar e a segunda o aumento da riqueza.

COMÉRCIO INTERNACIONAL AO FINAL DO SÉCULO 18
O filósofo imagina, no contexto do comércio internacional ao final do século 18, que seria mais vantajoso para um país exportar os produtos que exigissem maior trabalho, proporcionalmente ao produto bruto, e cuja produção fosse mais regular, menos exposta a acidentes ou a intempérie das estações. O comércio estrangeiro era considerado um meio de assegurar o crédito nos anos de abundância, fazendo menos precária a situação dos empresários da indústria. Condorcet (1945), por essa via, deduz que, por exemplo, resultava mais vantajosa a