Mercado Consumidor e Realiza o
É possivel alcançar a realização na sociedade consumindo?
Aristóteles afirmava que tudo o que o homem precisava para ter uma vida cômoda já havia sido descoberto. Encontrava-se materialmente realizado e só lhe restava dedicar-se à elevação do espírito.
É comum ouvirmos que a realização significa “vencer na vida”. E esse “vencer” é basicamente acumular bens materiais e ostentar poder, ou seja, só é “vencedor” aquele que possui bens materiais de ultima moda e que frequentam lugares badalados. Assim, na economia de mercado o trabalhador só se realiza consumindo.
A sociedade de consumo se caracteriza por ser organizada predominantemente pelas relações de consumo e valores associados, condicionando a produção de bens e serviços. O consumidor, tem como ideal de vida preponderante sua potência de consumo, e se realiza consumindo. O sucesso social e a felicidade pessoal são identificados pelo nível de consumo que o indivíduo tem. O “somos o que temos” é elevado à condição de ideal social: Se não temos, não somos. O potencial de consumo determina o grau de inclusão ou de exclusão social, de felicidade ou de infelicidade. A sociedade do espetáculo (Debord, 1997), que decorre desse equacionamento, faz da manipulação da aparência o trampolim social para o ter: o excluído sonha com ser celebridade, e quem já é não vive sem ser, para não perder o status. É a realização convicta do somos o que consumimos. Subverte-se a equação shakespeariana – “ser ou não ser”, transformando a questão existencial vital em ter ou não ser, isto é, consumir ou não ser, associado a um jogo de espelhos de aparentar ser.
Antigamente o objeto de comércio era o intermediário na relação entre seres humanos. O esquema da relação era pessoa-mercadoria-pessoa. Atualmente esse esquema foi pervertido para mercadoria-pessoa-mercadoria. Se chego à uma festa de Mercedes meu valor é superior ao de quem vai em carro popular. Isso vale para o terno que uso ou para o anel que