Menor abandonado
A maneira como cada sociedade trata as suas crianças ao longo da história também indica o modo como cada um trata o seu semelhante. O abandono, infanticídio e maltrato de crianças foi muito utilizado durante muitos séculos, não tão distantes de nós.
Ainda hoje, em muitos países, e também no Brasil, ocorrem atitudes primitivas e cruéis que nos fazem pensar se o ser humano já descobriu verdadeiramente o outro como seu semelhante. Milhões de crianças em todo o mundo estão sendo exploradas, vilipendiadas em seus direitos através da miséria, da prostituição, do trabalho escravo, do extermínio, do descaso afetivo, do abandono nas ruas e nas instituições... Paradoxalmente, temos um mundo que é também capaz de belezas inomináveis, de pessoas cuja generosidade reverte em ações genuínas em direção a este outro tão próximo de nós, uma nobreza que descreve com letras garrafais toda a capacidade de amar que existe no ser humano.
O abandono de crianças sempre esteve presente na história da humanidade. Para solucionar este grave problema, foram realizadas ações as mais diversas, desde as mais dolorosas e terríveis, até as mais sublimes. As ações humanitárias tinham o objetivo de proporcionar o acolhimento dessas crianças e as mais diferentes culturas tentaram encontrar códigos sociais que refletissem outros tipos de agrupamentos familiares que não aqueles ligados estritamente aos laços de sangue. A adoção, como é compreendida atualmente, é uma maneira de acolher uma criança (abandonada) e transformá-la em filha, mas teve diferentes significados ao longo dos tempos e em diversas culturas. A sociedade romana na antigüidade tem sido apontada como o berço da adoção, cujo objetivo primordial era a continuação da cultuação dos deuses-lares, das