Meninos não choram
Do meio dos Estados Unidos, surge um ser com uma vida dupla extraordinária, um triângulo amoroso complicado e um crime que abalaria o interior do país.
Com apenas 21 anos, Teena Brandon passa a comportar-se, vestir-se e agir como um garoto. Sua espontaneidade e inocência causa fascínio entre as mulheres, e Brandon é rapidamente aceito por um grupo de jovens da cidade.
É durante este período que Brandon assume o jogo de duplicidade física e afetiva. A negação de Teena em aceitar sua verdadeira sexualidade diante de um ambiente preconceituoso é o grande fio de condução da história. Sua negação arriscada reflete o medo e ingenuidade que a garota parece sentir frente a um mundo cruel e bruto, que evita qualquer explicação ou entendimento.
Meninos Não Choram explora as contradições da identidade e juventude americana através da vida e da morte de Brandon Teena. Através de um caos de desejo e assassinato, surge a história de um jovem americano à procura do amor, de si mesmo e de um lugar para chamar de lar.
O que num primeiro momento parece girar em torno da identidade sexual confusa e em choque, acaba tomando rumos mais fortes e devastadores. Numa segunda parte, Meninos Não Choram intensifica sua analise sobre o bem estar individual da garota e a relação que esta provoca na sociedade em que vive, principalmente perante as leis e as pessoas que a cercam.
O filme Meninos Não Choram, não apenas retrata a vida de uma garota, mas também o universo proletário observado nas cidades do interior dos Estados Unidos onde jovens deslocados, pobres e sem perspectivas, integram um grupo social onde o alcoolismo e o crime são elementos corriqueiros.
Esta abordagem expõe a realidade que aprisiona a garota, recheada de