meninos da rua paulo
12 Comentários
No ano passado derrubaram umas casas da minha rua para construir um prédio. As casas foram derrubadas, mas a construção do prédio demorou para começar. Acho que foi problema de alvará, pelo menos foi o que eu ouvi falar. Nesse tempo, o terreno ficou vazio e os meninos maiores começaram a entrar lá para jogar bola. Os grandões – como chamamos os meninos mais velhos – ocuparam o terreno. Depois, eu e minha turma aproveitamos a ocupação e usamos o terreno como nosso campinho, também. O moço que tomava conta, no começo ficou bravo, mas depois ele falou com o engenheiro da construtora e eles deixaram a gente brincar no terreno vazio, enquanto não começava a construção. Essa brincadeira durou um bom tempo e foi bem legal. Até jogo contra marcamos lá! Hoje o prédio já está em construção e perdemos o nosso campinho. Eu me lembrei desta história por causa de um livro muito legal, mas muito legal, mesmo, que eu li nesta semana.
Eu li Os meninos da rua Paulo, do escritor húngaro Ferenc Molnár, publicado pela editora Cosac Naify. A história deste livro se passa em Budapeste, na Hungria, em 1889. Um grupo de meninos ocupa um terreno baldio para brincar e neste terreno eles criam um monte de histórias, brincam, jogam péla – um jogo parecido com o tênis – e fazem as reuniões de um clube, a Sociedade do Betume. Até um exército montam lá para defender ogrund – como eles chamam o lugar – da invasão de outro grupo de meninos.
A turma era formada pelo Boka, o chefe; o Csele; o Csónakos; o Weiss; o Geréb; o Barabás; o Csengey; o Nemecsek, o lourinho, personagem muito importante da história; e muitos outros. Nemecsek era o único soldado raso, os outros eram todos oficiais. Era ele quem recebia as ordens de toda turma. Para não dizer que ele era o único, havia outro em quem todos mandavam: o cachorro que vivia no terreno e que também era um soldado raso. Advinha qual era o nome desse cachorro… Heitor! Heitor era o nome do cachorro. Lendo o