Memórias Póstumas de Brás Cubas

435 palavras 2 páginas
O romance retrata as memórias de Brás Cubas, narrador-personagem e protagonista que resolve contar as suas memórias depois de morto, em primeira pessoa, na condição de "defunto-autor", isto é, Brás Cubas não é como um grande escritor que morreu, mas como alguém que morreu e é capaz de escrever. Por estar morto, Brás Cubas está fora dos limites do julgamento das pessoas, de modo que o mesmo tem a liberdade de descrever a hipocrisia, a vaidade, a falta de caráter das pessoas e de si próprio. Nos nove primeiros capítulos, Brás Cubas descreve a sua morte, o emplasto (uma idéia fixa que teve, ao final da vida, de inventar um “medicamento anti-hipocondríaco”, isto é, que curasse a mania de doença das pessoas), sua doença, o delírio (pesadelo que teve antes de morrer em que lhe aparece Natureza ou Pandora, dona dos bens e dos males humanos, dentre os quais, o maior de todos é a esperança, cap.7), razão contra a sandice (em que a razão expulsa a sandice, cap.8) e transição (cap.9, em que o narrador faz uma reflexão metalingüística e retoma o fio narrativo, cronológico de sua vida, a partir de seu nascimento em 1805). A partir de então, a vida de Brás Cubas é contada de forma sucessiva: nascimento, batizado, infância, juventude.
A infância de Brás Cubas, como a de todo membro da sociedade mais abastada brasileira da época, é marcada por privilégios e caprichos patrocinados pelos pais. O garoto tinha como “brinquedo” de estimação o negrinho Prudêncio, que lhe servia de montaria e para maus-tratos em geral. O pai adorava o filho, não o repreendia quando o mesmo faltava com polidez para com os demais; a mãe não tinha pulso firme para educá-lo. Logo, ele cresce muito mimado, prenúncio de adulto egocêntrico que ele se tornara.
Na Juventude, torna-se o prisioneiro amoroso de Marcela, “amiga do dinheiro e de rapazes”, em quem dá o primeiro beijo e cuja paixão dura “quinze meses e onze contos de réis”. Nestas frases que caracterizam Marcela, nota-se uma das principais

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