Memória e Depressão
O presente trabalho terá como abordagem principal a depressão, memória e a relação existente entre as mesmas. A memória é um ponto curioso quando relacionada a depressão, já que ela pode ser afetada por indivíduos que realmente sofrem de depressão e que não tem os sintomas controlados. Além disso, a perda de memória pode ser confundida com deficiência de concentração quando relacionada a depressão, necessitando então atenção no momento de qualquer diagnóstico.
A memória humana é uma faculdade maravilhosa e enganosa. Embora muitos a considerem um arquivo imutável de experiências e recordações, o que ela guarda não está esculpido em pedra. De fato, as lembranças tendem a desbotar com o tempo, deformando-se e indo ao encontro, mesmo em condições normais, de uma lenta decadência, de um esquecimento fisiológico. E não é raro que gerem nos seres humanos perturbadoras sensações de estranheza, fragmentação, não pertencimento e até mesmo recombinações ilusórias de imagens e informações que ocupam nossa mente como um caleidoscópio.
A memória e o esquecimento, a imutabilidade e a reestruturação das lembranças são aspectos tanto conflitantes quanto complementares de nossa mente. Essa ambiguidade tem um valor evolutivo crucial. Se, de um lado, a memória desempenha uma função adaptativa fundamental para a espécie humana, de outro, sem a capacidade de esquecer não aprenderíamos nada de novo, não corrigiríamos nossos erros, não inovaríamos velhos esquemas. Assim, é plausível afirmar que, enquanto a memória tende a preservar a história individual e coletiva, o esquecimento tende a ofuscar, progressivamente, as recordações infantis, os eventos do passado, os empreendimentos coletivos, as antigas memórias. Não por acaso, os humanos erguem lápides e monumentos para se defenderem do esquecimento.
Portanto, a memória é basicamente a capacidade humana de inscrever, conservar, e relembrar mentalmente