Memória implícita e sua contribuição à reabilitação de um paciente amnéstico
Por que a equipe optou por uma abordagem que estimulasse a memória implícita (não-declarativa) para um processo de reabilitação da sua capacidade profissional?
Os pacientes amnésticos ainda são capazes de aprender novas informações por estarem apoiados pelas estratégias da memória implícita, que tem uma qualidade automática e reflexiva. Sua formação e recordação não são totalmente dependentes da capacidade de ter ou de tomar conhecimento
Há uma interação entre os mecanismos da memória implícita e os resíduos da memória explícita, que operam na aquisição dos conhecimentos nos pacientes amnésticos. A aprendizagem de conhecimentos específicos é eficiente no que diz respeito à reabilitação de pacientes que sofreram lesões cerebrais. Em pacientes amnésticos a aprendizagem desses conhecimentos não depende de um sistema único da memória e reflete na aprendizagem explícita e na implícita.
Mesmo em pacientes que tem graves prejuízos da memória explícita, há uma preservação, em algum grau, da capacidade de aprendizagem. Sendo que o comportamento e o desempenho dessas pessoas se mostram influenciados por suas experiências recentes, apesar da incapacidade de recordar e até de ter consciência dessas experiências.
Foi visto que o paciente conseguiu reter um pouco de material declarativo (quando se lembrava do assunto geral de uma conversa de dias anteriores). Assim, seu sucesso no treinamento não é um produto exclusivamente da aprendizagem implícita, mas sim de uma interação de processos amnésticos operando na aquisição de conhecimentos, apoiados em estratégias de aprendizagem implícita e de memória explícita residual
Considera-se que a memória implícita para uma determinada tarefa esteja ligada à atividade dos sistemas sensoriais e motores