memorial
Estudei a 1ª a 4ª série em escola multisseriada no campo, passei pouco tempo em uma Escola Família Agrícola, estudei em escola tradicional na cidade e após terminar o ensino médio fui convidada a participar da 2ª turma de Pedagogia da Terra, projeto especial para educadores e educadoras da reforma agrária, oferecido pela Universidade Federal do Espírito Santo. Esse curso tinha como objetivo geral desenvolver uma metodologia que levasse a assimilação da proposta pedagógica do MST e a implementação nas escolas do campo, através de pesquisas, da valorização a cultura do homem e da mulher do campo, como resgate de sua autoestima e cidadania. E como objetivos específicos o curso tinha a finalidade de:
• Desenvolver nos participantes a consciência organizativa, participativa e a mentalidade necessária para fazer realmente uma educação libertadora no campo;
• Proporcionar intercâmbio e troca de experiências entre educadores de assentamentos e comunidades rurais;
• Divulgar para a sociedade local e regional a parceria entre movimentos sociais e universidade, através da Pedagogia da Terra;
• Socializar conhecimentos científicos, artísticos e políticos produzidos pela humanidade.
Esse curso além das matérias tradicionais referentes ao curso normal de Pedagogia havia também disciplinas específicas para a realidade camponesa tais como: alternativas da educação no campo, a questão agrária no Brasil e educação para o cooperativismo no campo.
Daí por diante eu comecei a atuar nas escolas de assentamento com a educação de jovens e adultos pelo PRONERA (programa nacional de educadoras na reforma agrária), posteriormente com a educação infantil e com o ensino fundamental de 1º ao 5º ano em turma multisseriada.
As escolas de assentamento são frutos da luta dos movimentos sociais e das famílias assentadas, a