Memorial

O AMOR PELA LINGUAGEM QUE ME FOI ATRIBUÍDO AO LONGO DE MINHA VIDA

Nasci 16 de fevereiro às 19h30min do ano de 1993, no hospital São Lucas. Um bebê de pele branca, cabelos negros e olhos azuis, trazendo felicidade a toda uma família Montes clarense, recebeu o nome de Sarah Caroline Dias Leão. Ao chegar a minha casa, tudo já estava preparado, a casa em si, em especial o meu quarto infantil todo decorado. Ah! Aquele conjunto de berço lindo, costurado e bordado pela minha vovó Idalina, a qual tem vários talentos relacionados à arte: a música, a dança, a poesia e o que eu mais aprecio a gastronomia, e olha que esta danada até joga vôlei?! E um bocado de gente afoito para conhecer o novo membro da família.
Um ano se passou e eu crescia inteligente e amada. Porém em uma consulta de rotina ao pediatra, verificou-se que nasci com a ponta da língua presa no maxilar inferior, motivo de preocupação para todos, pois a minha irmã mais velha, Samyra Cristielle, falou somente aos três anos de idade. O pediatra aconselhou uma pequena cirurgia, segundo o ele tratava-se de um simples pique na parte inferior da língua. Minha mãe do interior de Minas, mulher de fé, crenças e costumes como todo mineiro que se preze, ao expor o fato para familiares e amigos, ouvia várias conselhos e soluções de pessoas sábias, algumas delas nunca frequentara à escola, mas detinham o conhecimento popular, e como a gente simples só procura o médico em último caso, minha mãe arriscou uma simpatia simples, que se não resolvesse, também não me prejudicaria. Consistia em colocar um pintinho para piar três vezes dentro da minha boca, em três sextas-feiras seguidas, ao raiar do sol, mas havia recomendações: teria que seguir direitinho, o pintinho deveria piar apenas três vezes e as sextas-feiras deveriam ser consecutivas, e o horário também tinha um importante significado, era ao nascer do sol, pois quando a criança falasse, seria durante todo o