Memorial do convento
João Simões
A história de Memorial do Convento começa por volta de 1711, cerca de três anos depois do casamento de D. João V com D. Maria Ana Josefa de Áustria, e termina vinte e oito anos depois (1739), aquando da realização do auto-de-fé que determina a morte de António José da Silva e de Baltasar Mateus Sete-Sóis.
A construção do Convento de Mafra envolve o sacrifício da população pobre, fazendo muitas vítimas no carregamento da grande pedra para o pórtico. Saramago satiriza e ridiculariza os hábitos da realeza, trabalho forçado dos trabalhadores que o construíram, denúncia da vaidade do rei e prepotência da Igreja.
A exploração dos humildes e a instauração de um clima de medo à custa da Ignorância do povo e da injustiça da história que serve o jogo de poder. Ao contrário do que nos fazem supor as falsas pistas, não é a história do convento que se pretende contar mas a história dos sonhos materializados pela vontade dos homens que permitem criar um espaço de evasão e de liberdade. A construção do convento representa a repressão do homem.
“…o homem, primeiro tropeça, depois anda, depois corre, um dia voará.”
“…queres vir tu ajudar-me, perguntou (…) se Deus é maneta e fez o universo, este homem sem mão pode atar a vela e o arame que hão-de voar”
O sonho do Padre Bartolomeu de Gusmão concretiza-se na construção da passarola. Na construção da passarola, na quinta de S. Sebastião da Pedreira, intervêm, além de Frei Bartolomeu, Baltasar e Blimunda, mulher cujo poder especial de vidência permitirá encher as esferas com as vontades que recolherá entre os humanos e inspecionar os matérias. O primeiro voo da passarola é agitado, poi o Padre Bartolomeu, Perseguido pela Inquisição, apressa essa viagem extraordinária.
Espaços físicos: Lisboa; Terreiro do Paço, S. Sebastião da Pedreira, Rossio; Mafra; Pêro Pinheiro, Vela, Torres Vedras, Monte Junto.
PERSONAGENS:
* D. João V – Rei de Portugal, rico e poderoso, preocupado com a falta de