memorial do convento- a epopeia da pedra
Este episódio situa-se no capitulo XIX e visa glorificar todos os que trabalharam no convento (o povo), fazendo críticas ao rei, à Igreja e a alguns pensamentos da época. São narrados acontecimentos, passados durante o transporte de uma pedra gigantesca de Pero Pinheiro até Mafra.
A construção do convento é o resultado de uma promessa feita pelo rei. Também é um símbolo da sua magnitude. Inicialmente, o rei pretendia erguer uma basílica em Lisboa semelhante à de S. Pedro, contudo, João Frederico Ludovice, que se encontrava a cargo do projeto e ao serviço dos jesuitas, convence o rei a mandar construir um convento em Mafra. Ludovice convence o rei a desistir da ideia de construir a basílica ao dizer que não viveria para ver terminada a obra. “A vontade de vossa majestade é digna do grande rei quemandou edificar Mafra, porém, as vidas são breves,majestade, e S. Pedro, (....), consumiu cento e vinte anos detrabalhos e riqueza, vossa majestade, que eu saiba, nuncalá esteve, (...), estaria vossa majestade morta, mortosestariam vossos filhos...(...) a obra é longa, a vida é curta.” Propõe então a construção do convento e argumenta que se o rei o fizer, Deus lhe daria herdeiros. (Já tendo a confirmação da gravidez da rainha). «Prometo, pela minha palavra real, que farei construir um convento de franciscanos na vila de Mafra se a rainha me der um filho no prazo de um ano a contar deste dia em que estamos…»
Descrição das condições de vida dos trabalhadores O povo e os trabalhadores anónimos são humilhados e sacrificados em geral.
“(…)desceram à estrada para admirar o aparato, nunca se viu tanta junta de bois desde que começou a obra, nunca se ouviu tão alto vozear, e há quem comece a sentir saudades de ver partir aquela tão formosa pedra, criada aqui nesta nossa terra de Pêro Pinheiro”
Saramago retira-os do anonimato, enaltecendo a sua força. Dá também identidade a alguns trabalhadores: Francisco Marques (esmagado