Memorial de Formação
Cada fase da vida de um ser humano é composta por experiências que marcaram, de forma positiva ou negativa, a história de cada um. Quando se é solicitado à descrição dessas etapas da vida, a princípio parece que será rapidamente relatado em poucas linhas, mas, ao pensar nos detalhes, começa-se a revê-los passo a passo. Como num filme retornam à mente e nos possibilitam reviver essas experiências com riqueza de detalhes que livro algum conteria cada uma delas. Até parece que acabaram de acontecer. Não será muito fácil, mas tentarei, a cada linha traçada, expressar-me da melhor forma possível.
Meu nome é Quelli Cristina Borba da Silva, nasci em 22 de setembro de 1971, na cidade de Carpina, em Pernambuco, onde resido até hoje. Sou de uma família pobre, quando nasci meu pai já era viúvo e aposentado, tinha dez filhos quando casou com minha mãe, que já tinha 33 anos, era analfabeta e trabalhava como doméstica, depois de ter passado toda sua infância na roça. Eles casaram e tiveram dois filhos, eu e meu irmão. Logo depois que minha mãe teve meu irmão meu pai ficou muito doente, ele era cardíaco e teve alguns infartos, tromboses e também isquemia cerebral, além de outras complicações. Minha mãe teve que nos educar praticamente sozinha, pois meu pai se tornou praticamente um filho que ela teria que cuidar.
Esse período foi muito importante e ao mesmo tempo muito difícil, mas durante o pouco tempo que tive sua presença, de forma saudável em minha vida, me senti a filha mais querida e mais amada de todas, eu era muito pequena, mas ele marcou a minha vida, lembro com muita saudade quando ele me colocava no colo e inventava músicas com o meu nome, dizendo sempre que me amava mais que todos. Ele era um contador de histórias. Meu sentimento hoje é de muita