memoriais
O edifício que hoje abriga a Estação Pinacoteca e o Memorial da Resistência é depositário de uma história repleta de significados, em decorrência de seus múltiplos usos. Projetado pelo escritório de Ramos de Azevedo (1851-1928), foi inaugurado em 1914 para abrigar os escritórios e armazéns da Companhia Estrada de Ferro Sorocabana, que ocupou o prédio até 1938. A partir daí, o edifício sofreu várias reformas e passou a sediar diversas delegacias vinculadas ao Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo – Deops/SP, de 1940 a 1983, quando o Órgão foi extinto, e o edifício ocupado pela Delegacia de Defesa do Consumidor – Decon. Em 1997, com o processo de revitalização do centro da cidade, a gestão do prédio foi transferida da Secretaria de Justiça para a Secretaria de Estado da Cultura. Em 1999, foi tombado como bem cultural pelo Condephaat e iniciou-se um projeto de restauração, concluído em 2002. Neste ano, sob responsabilidade do Arquivo do Estado de São Paulo, foi criado o Memorial da Liberdade, abrangendo o espaço das antigas celas do Deops/SP.
Em 2004, a Pinacoteca do Estado assumiu a gestão do prédio e instalou a Estação Pinacoteca, espaço para o desenvolvimento de atividades museológicas no campo das artes visuais, incluindo a Biblioteca Walter Wey, o Centro de Documentação e Memória, e o Auditório Vitae.
Em 2007, o Memorial da Liberdade, já sob a gestão da Pinacoteca do Estado, recebeu um projeto museológico visando ampliar a ação preservacionista e seu potencial educativo e cultural, por meio da problematização e atualização de distintos caminhos das memórias da resistência e da repressão políticas do Brasil republicano. Nesse aspecto, vale destacar as reiteradas ações de militância junto ao poder público, desde fins de 2006, especialmente do Fórum Permanente de ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo, que sensibilizaram a administração estadual para a necessidade de um novo olhar para este lugar.
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