memoria
Com a narração em primeira pessoa, a história é contada a partir de um relato do narrador-observador e protagonista, que conduz o leitor, tendo em vista sua visão de mundo, seus sentimentos e o que pensa da vida. A Professora Marli também faz uma importante observação quando ela inferei que o narrador só existe como narrador se o leitor aceitar entrar no contexto da obra. É mencionado também que a obra é apoiada em dois tempos, um é o tempo psicológico, que conta sua vida de maneira arbitrária, manipulando os fatos sem seguir uma ordem linear. A morte, por exemplo, é contada antes do nascimento e dos fatos da vida. No tempo cronológico, os acontecimentos obedecem a uma ordem lógica: infância, adolescência, ida para Coimbra, volta para o Brasil e morte.
Na obra, há certa estranheza que começa pelo título, que sugere as memórias narradas por um defunto. O próprio narrador, no início do livro, ressalta sua condição: trata-se de um defunto-autor, e não de um autor defunto. É observado também que a verossimilhança sofre um choque, pois os leitores daquela época estavam acostumados com a linearidade das obras (início, meio e fim) e vêm obrigados a situarem-se