Memoria e historia
INTRODUÇÃO O objetivo desse artigo é apresentar os resultados de uma pesquisa desenvolvida entre os anos 2009-2012 que-avaliando a totalidade das obras aprovadas pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2011 para a disciplina Historia e, portanto, partindo de um corpus documental representativo daquilo que circula em todo o território nacional.
DESENVOLVIMENTO
A partir da Segunda Guerra Mundial podemos dizer que, na passagem do século XX e XXI nossa forma de se relacionar com o tempo mudou significativamente, essa mudança esta vinculada ao declínio da visão teleológica da Historia, na qual o futuro se abria a caminhos prevesíveis. Dentro desse “controle” linear, era possível falar em uma historia universal e em um tempo cronologicamente posteriormente, com as experiências traumáticas das grandes guerras e crises econômicas mundiais devastadoras, o futuro se abriu ao devir, o que transformou a nossa própria forma de compreender e teorizar o tempo, especialmente depois dos impactos provocados pelas leituras desenvolvidas Reinhart Koselleck (2001) acerca dos extratos do tempo. Hoje as projeções de futuros estão fortementes vinculadas a um desejo de memória e resvalam numa produção excessiva no que Nora (1993) chamou lugares de memórias. São frequentes os movimentos de determinados grupos sociais mobilizando discursos de memória, antes esquecidos ou silenciados no tempo, a fim de reivindicar seu lugar no mundo como sujeitos na Historia. Nessa direção, cresce a atenção aos deveres de memória, interpostos por lutas particulares, como narrativa fundamental para explicação do mundo, não mais assentados na interpretação histórica que se relacionam, e em muitos casos excluem, mas na própria forma da consciência de si na historia. Exemplos bastante elucidativos, no Brasil, sobre a força desse movimento negro que, antes, tinha sua identidade nacional ancorada na noção