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O tratamento ortodôntico é baseado no princípio de que, se uma pressão prolongada é aplicada a um dente, haverá remodelação óssea ao redor do mesmo e o movimento dentário ocorrerá. Basicamente, não existem grandes diferenças entre reações teciduais na migração dentária fisiológica e as reações induzidas pelo movimento dentário ortodôntico.
Quando uma pressão é aplicada ao dente, leva a uma alteração no fluxo sanguíneo do ligamento periodontal, que diminui onde o ligamento é comprimido e é mantido ou aumentado onde o ligamento está sob tensão.
Essas alterações criam, rapidamente, mudanças no nível de oxigênio, que pode cair na área comprimida, mas aumenta do lado de tensão. As alterações químicas, agindo diretamente ou por estímulo da liberação de outros agentes ativos biologicamente, estimulam a diferenciação e a atividade celular.
Para ocorrer a movimentação do dente submetido à ação de uma determinada força, é necessário que sejam formadas células osteoclástica na zona comprimida do ligamento periodontal, de modo que possam reabsorver estruturas ósseas da área adjacente e células osteoblástica no lado de tensão do ligamento para neoformação óssea. Os osteoclastos, ao agirem sobre a lâmina dura, removendo tecido ósseo pelo processo de "reabsorção direta ou frontal", promovem o início da atividade demodeladora. Ao mesmo tempo, porém, um pouco mais lento, osteoblastos produzem um novo tecido ósseo na zona de tensão.
JANSON (2008) afirma que essa sequência de eventos se modifica, caso a força aplicada seja grande o suficiente para levar à total obstrução dos vasos sanguíneos do lado de pressão e, consequentemente, interromper o suprimento sanguíneo na área. Nessa região, no momento não vascularizada, em vez de ocorrer um estímulo de proliferação e diferenciação celular, transformando-a em osteoclastos, inicia-se uma necrose asséptiva, tradicionalmente denominada de hialinização, uma zona aceluar. Depois de um atraso de vários dias,