Meio ambiente
O Brasil pode crescer sem agredir o ambiente?
Tudo indica que o país crescerá em ritmo chinês nos próximos anos. O desafio é fazer isso sem degradar o meio ambiente, como aconteceu na China
Gabriela Carelli
Epecial Veja Sustentabilidade – 22/12/2010
O Brasil vive um de seus melhores momentos na economia. Este ano que se encerra é o décimo sexto de estabilidade monetária. Desde o milagre econômico, nos anos 70, o país não usufrui de tantos anos de crescimento continuado. Com exceção de 2009, marcado pela retração global, o ritmo de expansão da economia nos últimos três anos foi superior a 5%. A previsão de crescimento em 2010 é de 7,5% — uma aceleração ao estilo chinês.
Dentro desse contexto animador, emerge uma preocupação. É possível manter esse desempenho vigoroso de forma sustentável? Em outras palavras, sem agredir a natureza nem arruinar os recursos naturais do país. O crescimento econômico só tem vantagens. Promove o aumento do emprego, da renda e dá dignidade à vida de um povo. Se o preço a pagar por isso, contudo, for a degradação do ambiente em que vivemos, o prejuízo será duplo: a perda de nossa qualidade de vida e um futuro incerto para as próximas gerações.
A história é pouco animadora no que diz respeito a crescer sem degradar. Desde que o Homohabilis construiu as primeiras ferramentas de pedra, há 2 milhões de anos, a ordem natural foi submetida à vontade humana. A rigor, não há produção sem destruição. Nos ultimo’s 8 000 anos, com a invenção da agricultura e das cidades, o impacto do homem na natureza tornou-se significativo. Com o início da revolução Industrial, há dois séculos, nossa capacidade de extrair recursos naturais aumentou a ponto de desfigurar a face do planeta. os países desenvolvidos são exemplos recentes dessa logística. A Europa detinha 7% das florestas do planeta e hoje conta com mísero 0,1%. Nos Estados Unidos, quase não há mais terras disponíveis para produzir alimentos.
A China amarga as