Meia-idade, menopausa e escuta psicológica
Fisiologicamente, menopausa se refere à cessação definitiva da ovulação. No entanto, a OMS recomenda que o termo seja utilizado para designar o processo como um todo, e não apenas o cessar do fluxo menstrual. Fenômeno natural na vida da mulher, a menopausa tem sido freqüentemente tratada como doença, reduzindo sua complexidade à queda dos níveis hormonais. Ondas de calor, sudorese, secura vaginal, insônia, irritabilidade, dor de cabeça, Ansiedade e sintomas depressivos, entre outras queixas, podem estar presentes. Entretanto, as mulheres vivenciam estas mudanças de maneira diversificada, o que é reafirmado por estudos sociais e culturais.
O corpo feminino se transforma: rugas, perda da elasticidade da pele e da flexibilidade corporal, o ganho de peso pela falta do estrógeno, sinalizam o inevitável processo de envelhecimento, impactando a auto-imagem da mulher, até então tão valorizado e badalado. Vivendo em sociedades que cultuam a juventude, a beleza e a saúde e que desvalorizam o idoso, é sem dúvida doloroso para a mulher enfrentar o seu envelhecer. Ao se ver diante do "espelho negativo" - estranheza ante a própria imagem que a mulher de meia-idade vê diante do espelho, prenunciando a velhice sob o ponto de vista estético.
Relações conjugais e familiares são igualmente afetadas. Relacionamentos afetivos desgastados podem implicar em separação ou sofrimento conjugal. Na maioria das vezes é convocada a assumir funções que a sobrecarregam. A aposentadoria pode afetar a mulher em sua identidade e relações. Pais