Megera Domada
Cena I
(Pádua, Praça publica)
Lucêncio: Trânio, você acha que eu fiz certo de vir pra cá estudar? Dizem que Pádua é o centro das Artes.
Trânio: Claro que sim, mas acho que você deve estudar aquilo que lhe agrada.
Lucêncio: Verdade, você esta certo. Onde será que esta Biondello, se ele estivesse aqui já teria preparado a casa para receber meus novos amigos. Olha, quem esta vindo ali?
(Entram Batista, Catarina, Bianca, Grêmio e Hortêncio. Lucêncio e Trânio, só observam.)
Batista: Parem de me perturbar senhores, já disse que Bianca só vai se casar depois que Catarina estiver casada.
Grêmio: Vai Hortêncio, case se você com Catarina.
Catarina (a Batista): Por acaso acha que vou me casar com algum desses candidatos?
Hortêncio: Candidatos? Candidatos, sim, depois que se tornar uma pessoa gentil.
Catarina: Não sei por que tem tanto medo senhor?
Hortêncio: Com todo respeito minha senhora, mas você é uma demônia em pessoa, Deus me livre.
Grêmio: E a mim também, por Deus!
Trânio: Esta vendo senhor, que engraçado. Essa mulher é louca ou sem educação?
Lucêncio: Mas veja o silencio da outra, mostra como é educada e cheia de modéstia. Silêncio, Trânio!
Trânio: Sim senhor. Aprecie a vista.
Batista: Volte para casa Bianca, você é meu tesouro, te preso muito.
Catarina: Garota mimada. Deve ficar presa mesmo.
Bianca: Minha tristeza te alegra irmã, no entanto meus instrumentos e meus livros me fazem companhia.
Lucêncio: Trânio olha só, não parece que estamos ouvindo Minerva?
Hortêncio: Batista, não sabia que o senhor era assim, fico triste por Bianca sofrer desse modo, por nossa causa.
Grêmio: Irá aprisioná-la por causa desse demônio que é a irmã senhor Batista? E a coitada ainda é obrigada a ouvir as ladainhas da outra?
Batista: Muita calma meus senhores. Bianca vai para dentro. (Sai Bianca.) Como sei que ela gosta muito de musica e de estudar, vou chamar um professor para ensinar ela na mocidade. Grêmio, Hortêncio, se souberem de algum professor, me avisem, não pouparei