megacidades
A prática da educação começa pela desobediência e pelo desrespeito. É preciso ser desrespeitoso, inicialmente, consigo mesmo, com a pretensa imagem do homem educado, do sábio ou mestre. E é preciso desrespeitar também esses monumentos da pedagogia, da teoria da educação, não porque não sejam monumentos, mas porque é praticando o desrespeito a eles que descobrimos que neles podemos amar e o que devemos neles odiar.
Nessas circunstâncias, o educador tem a chance de repensar o seu estatuto e repensar a educação, repensa também a sociedade. Nenhuma pedagogia é neutra. Toda pedagogia é política.
A pedagogia do diálogo, centrando o problema da educação na relação professor-aluno, desviou a atenção para um problema importante, mas não o principal. O problema central continua sendo a relação da educação com a sociedade, essencial para entender a própria relação professor- aluno. O problema fundamental da educação do nosso tempo continua sendo a vinculação entre o ato educativo, o ato político e o ato produtivo.
Numa pedagogia do conflito, a função do pedagogo parece ser esta: à contradição ele acrescenta a consciência d contradição; foi isso que fizeram, grandes pedagogos: á contradição inerente ás coisas, à sociedade, à natureza, o educador acrescenta a consciência da