Medieval
Nasceu por volta de 160 em Cartago. Filho de pagãos, converteu-se ao cristianismo e foi ordenado sacerdote. Passou para os montanistas e acabou por fundar uma seita – a dos tertulianistas.
A Apologética é a primeira apologia escrita em latim, como reacção contra a perseguição de que os cristãos foram vítimas no ano de 197 pelos governadores das províncias romanas.
Tertuliano condena a imoralidade romana, o seu politeísmo e vícios degradantes, acusando-os de serem os próprios causadores dos males que injustamente assacavam aos cristãos.
Tertuliano é um crítico da filosofia. Desta, nascem as heresias e os erros. Platão é o pai de todas as heresias. A verdade religiosa funda-se na fé e na revelação. Desde que o homem atinja confiantemente a fé, nada mais tem a pesquisar, nem confirmar, sob pena de pelo exercício defeituoso da razão cair no maior dos erros e na heresia.
Deus é corpóreo – só é incorpóreo o que não é –. O Filho e o
Espírito Santo estão subordinados ao Pai. O que o Filho é, deve-o ao Pai. É o Filho que cria o mundo.
A alma tem natureza espiritual, mas também é corpórea, com a mesma forma do homem que anima. É “uma substância simples, nascida do sopro de Deus, imortal, corpórea e dotada de uma figura, capaz por si mesma de sabedoria, rica em atitudes, partícipe de arbítrio, sujeita às circunstâncias, mutável de humor, racional, dona da sua capacidade, rica de virtudes, adivinhadora, multiplicando-se a partir de um único ramo”. Se se multiplica a partir de um único ramo, Tertuliano adopta o traducianismo, ou seja, a alma é transmitida de pai para filho, geração após geração.
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A morte é a separação da alma e do corpo. Na vida, o que a morte desintegra, está integrado. Cristo ressuscitou; tal facto garante a nossa própria ressurreição. A alma é obviamente imortal.
Estranhos, no mínimo, são os argumentos que fundamentam a fé. Crê que o Filho de Deus morreu, porque é inconcebível que tal ocorresse.
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