Medicina
Jornal de Pediatria
Copyright © 2006 by Sociedade Brasileira de Pediatria doi:10.2223/JPED.1555
ARTIGO
DE
REVISÃO
Treatment of gastroesophageal reflux disease
Tratamento da doença do refluxo gastroesofágico
Elizabet Vilar Guimarães1, Christophe Marguet2, Paulo Augusto Moreira Camargos3
Resumo
Objetivo: Rever a literatura sobre tratamento da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) com ênfase nos aspectos farmacológicos. Identificar particularidades do tratamento farmacológico nas manifestações esofágicas e extra-esofágicas da doença. Fontes de dados: Busca eletrônica na base de dados PubMed/ MEDLINE e Cochrane Collaboration. Procurou-se identificar estudos controlados e randomizados publicados a partir de 2000, bem como revisões que representassem consensos e diretrizes publicados nos últimos 10 anos. Síntese dos dados: Nenhuma das drogas atualmente usadas no tratamento da DRGE altera comprovadamente o mecanismo principal da doença, ou seja, os relaxamentos transitórios do esfíncter esofágico inferior. O tratamento farmacológico da DRGE com sintomas ou com lesões esofágicas é baseado na inibição da secreção ácida, em particular pelos inibidores da bomba de prótons (IBP). Nas situações em que a hiper-reatividade das vias aéreas inferiores coexiste com sintomas esofágicos da DRGE, a inibição da secreção ácida deve trazer benefícios na condução da doença respiratória se houver uma relação causal; contudo, essa situação não é comum. Quando não coexistem sintomas esofágicos, a pHmetria esofágica de 24 h deve ser realizada previamente ao tratamento farmacológico da DRGE. A melhora dos sintomas respiratórios pode ser tardia em relação aos sintomas esofágicos. A DRGE freqüentemente recorre, e o tratamento farmacológico deve ser repetido ou mantido indefinidamente, conforme a apresentação clínica da doença. Conclusão: As condutas propostas para o tratamento farmacológico da DRGE na criança são oriundas principalmente de