Mecânica
Aços TRIP são aqueles que adquirem maior plasticidade mediante a ocorrência de transformação de fase induzida geralmente por deformação plástica. No caso, a sigla TRIP em inglês significa “Transformation Induced Plasticity”. Do ponto de vista microestrutural, estes aços, inicialmente austeníticos, apresentam composição química que permite a transformação desta austenita em martensita através da deformação, resultando em resistência mecânica mais elevada e, simultaneamente, maior ductilidade, devido ao aumento do coeficiente (taxa) de encruamento, associada a este tipo de transformação, uma vez que o aumento da taxa de encruamento (n) resulta em maior deformação plástica uniforme, ou seja, o material é capaz de se deformar em maior grau antes da estricção (“empescoçamento”), e assim deforma-se mais antes de fraturar [1-2].
O tratamento termomecânico no campo austenítico (“ausforming”, por exemplo) resulta em elevada densidade de discordâncias na austenita [1]. As temperaturas de início e final de transformação austeníticas são assim ajustadas de forma que a austenita se transforma em martensita durante o ciclo térmico normal de fabricação. Embora o teor de carbono ideal de 0,30 % tenha sido inicialmente adotado, posteriormente teores mais baixos foram admitidos, da ordem de 0,05 a 0,20 % C [2].
Uma seqüencia típica de processamento para a produção de aços TRIP envolve os seguintes passos: a) Recozimento a 1200 ºC e têmpera; b) Deformação da ordem de 80 % de redução em espessura a 450 ºC (acima de Mi) para deformar a austenita e precipitar carbetos finos; c) Deformação plástica (laminação: redução de espessura) à temperatura ambiente (abaixo de Mi) para transformar alguma austenita em martensita [1].
Entretanto, a literatura [2] menciona dois métodos principais para a produção de aços TRIP, embora variações destes possam ser aplicadas:
a) A composição química do aço é ajustada de modo que este é austenítico à temperatura ambiente, mas a temperatura Mi