Max Weber
O quadro administrativo é escolhido segundo o carisma e vocação pessoais, e não devido à sua qualificação profissional (como o funcionário), à sua posição (como no quadro administrativo estamental) ou à sua dependência pessoal, de caráter doméstico ou outro (como é o caso do quadro administrativo patriarcal). Falta aqui o conceito racional de "competência", assim como o estamental de "privilégio". São exclusivamente determinantes da extensão da legitimidade do sequaz designado ou do apóstolo a missão do senhor e sua qualificação carismática pessoal (Weber, 1986: 135).
Weber acrescenta que a dominação carismática não esta sujeita às regras estatuídas e tradicionais. Portanto, a irracionalidade é a sua marca.
A dominação racional-legal tem como tipo mais puro, tal como já colocamos, a burocracia. Weber vai analisar o desenvolvimento da burocratização do mundo moderno, que caminha junto com a racionalização, em todas as esferas da vida social. O Estado moderno ao concentrar em suas mãos os meios de administração (Weber, 1971; Weber, 1993), juntamente com a formação da empresa moderna, lança as bases da burocratização da esfera política e isto é reforçado com a expansão da burocratização para a democracia moderna e surgem outras instituições burocratizadas. O socialismo, na versão conhecida por Weber (a social-democracia alemã) ao propor a estatização dos meios de produção tende a reforçar este processo de burocratização ao invés de aboli-lo[1]Assim, cria-se um processo de "desencantamento do mundo", onde a racionalização e a burocratização invadem o mundo moderno.
Esta discussão é fundamental para se compreender a tipologia weberiana da educação. Para Weber, existem três tipos fundamentais de educação: a) o tipo carismático, b) o tipo tradicional, e c) o tipo burocrático. Weber apresenta a finalidade de cada um tipo de educação.
O tipo de educação carismática visa "despertar o carisma", ou seja, "qualidades heróicas ou dons mágicos"