Max weber
Para se chegar à compreensão do pensamento e da metodologia desenvolvida por Max Weber, é antes necessário um resgate histórico de fatos importantes (ocorridos ainda antes de seu próprio nascimento) que vão marcar o trabalho desse intelectual alemão - protestante, neo-posivitista burguês - que viveu entre 1864 a 1920, numa nação que se formou de maneira tardia enquanto país e, também tardiamente se desenvolveu no que se refere ao modo de produção capitalista.
Na perspectiva ontológica greco-medieval, o ser (homem/mundo) possuía uma essência a-histórica, ou seja imutável. O universo era fixo e o conhecimento contemplativo, assim o homem nada podia fazer para a transformação do mundo uma vez que havia uma supervalorização do objeto em relação ao sujeito. Essa perspectiva, que se estendia desde a Antiguidade, se transforma com a transição da Idade Medieval para a Idade Moderna -transição também do feudalismo para o capitalismo -, quando há o abandono da centralidade do objeto e se caracteriza a centralidade no sujeito com o Renascimento, trata-se da perspectiva gnosiológica moderna. Isso ocorre devido às grandes mudanças políticas, sociais, científicas e econômicas ocorridas nesse período que revelavam um mundo novo, sem a antiga hierarquia natural, e que mostravam a importância da intervenção humana diante da realidade. Também o conhecimento sofre alterações encontrando agora suas bases voltadas à transformação da natureza devido às novas exigências da produção material. É importante dizer que só em Marx é rompida a unilateralidade das concepções subjetividade/objetividade visando à totalidade. No entanto, mesmo sendo o homem agora ativo, ainda não se havia abandonado a idéia, conservadora, da existência de uma natureza humana, uma concepção naturalista que pregava o homem como egoísta e mesquinho por natureza (o sujeito, apesar de estar acima do objeto não pode alterar a ordem vigente), o que tornava necessário e justo o poder do Estado