Matéria(revista: carta ao leitor)
Laurivânia Fernandes Sousa
O FILÓSOFO QUE LIGOU O ALARME O filósofo Michael Sandel é uma estrela em Harvard. No livro O que o dinheiro não compra ele discute os limites éticos do mercado. Sandel disse ao jornalista da VEJA Guilherme Rosa que os casos de Ingrid Migliorini e do Mensalão são exemplos da aplicação lógica de mercado em domínios em que ela deveria ficar ausente.
O PREÇO DO PODER
------------------------------------------------- Os petistas nunca hesitaram em apontar o caminho da cadeia aos corruptos. Com a condenação dos mensaleiros, porém, a prisão agora deixa de ser o lugar adequado para quem comprou políticos com dinheiro público roubado. Daniel e Hugo Marques Ao chegar ao poder com eleição de Lula, o PT abandonou uma de suas bandeiras, reescrevendo o roteiro e o personagem que encenava em público. Os baluartes da ética saíram de cena. No lugar assumiu um grupo que acreditava que podia se perpetuar no poder comprando tudo e todos. Comprou deputados, comprou partidos, comprou consciências. Patrocinou o maior escândalo de corrupção da história --- e, se nada de insólito acontecer também vai pagar caro por isso.
Depois de aliar-se a adversários que tachava de bandidos, de adotar o fisiologismo como prática de governo e de usar recurso públicos para comprar votos no Congresso, o combativo PT, que durante mais de duas décadas pregou nas ruas o combate a corrupção e a punição dos corruptos, também mudou o discurso para defender a tese de cadeia não é lugar para banqueiros, empresários bem sucedidos e políticos preeminentes. Essa nova contraofensiva começou quando o ministro da justiça, o petista José Eduardo Cardozo, qualificou de “medieval” a situação das cadeias brasileiras. Os ministros do STF defenderam as condenações e as